Blocos afro são certificados por projeto de aceleração da Prefeitura
Vinte e seis blocos de matrizes africanas receberam o certificado de participação do projeto Acelera+ Blocos de Matrizes Africanas, na tarde da última sexta-feira (6). O encerramento e certificação foram realizados no Auditório Makota Valdina, no Arquivo Público de Salvador, Comércio. O projeto é uma iniciativa da Agência do Trabalhador da Cultura, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), a Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), o Sebrae-BA e a Rede+.
A formação teve o intuito de fortalecer a atuação dos blocos de matrizes africanas, garantindo a sustentabilidade deles para além do período do Carnaval. Os 26 blocos tiveram encontros semanais no formato híbrido (on-line e presencial), ao longo de três meses, tendo acesso a 10 módulos. Os módulos abordaram áreas essenciais para o desenvolvimento e valorização das entidades, como gestão de negócios, empreendedorismo, área jurídica, precificação, comunicação e marketing digital.
Segundo o subsecretário da Secult e coordenador do Novembro Salvador Capital Afro, Walter Pinto, havia uma dificuldade essencial para a maioria desses blocos para a captação de recursos e para a formalização de algumas parcerias, devido à exigência de alguns instrumentos legais para o acesso a recursos públicos. Por isso, a Agência do Trabalhador da Cultura atuou também na perspectiva de formatar negócios sociais e de garantir a consolidação de uma estrutura jurídica, financeira e administrativa para a potencialização do bloco como um negócio.
“A ideia é potencializar esses negócios para que façam parte da economia criativa, trabalhem para o turismo criativo, estejam conectados com o rolê afro e desenvolvam seus produtos e serviços, gerando renda e desenvolvimento econômico para a sua comunidade e território”, afirmou Walter.
Além da certificação, 19 dos 26 blocos que participaram do projeto tiveram a oportunidade de desenvolver um pitch de três minutos para uma banca composta por servidores da Prefeitura e representante do Sebrae e da Rede+. O pitch é uma apresentação curta e direta sobre uma empresa ou projeto com o objetivo de despertar a atenção de um investidor, cliente ou parceiro. Os representantes das entidades apresentaram um pouco da história de formação do bloco, da configuração atual e do aprendizado que tiveram com o projeto.
Luciane Neves, coordenadora de produção do bloco afro Muzenza, contou que a aceleração a fez enxergar melhor a possibilidade de monetização a partir dos intercâmbios nacionais e internacionais. “O bom da aceleração foi que nos fez ver coisas que, por estar no cotidiano, não conseguimos ver. Poder estudar o Muzenza na aceleração foi muito desafiador, porque é um bloco mais velho que eu. O Muzenza já tem mais de 80 anos, foi fundado em 1941. Então, trabalhar a questão da história e traduzir para os elementos atuais, as redes sociais, é um desafio. A aceleração foi um momento para mim de parar e pensar em como trazer a inovação para o bloco afro, que é algo que eu já faço, devido à minha formação em comunicação, mas que pode ser melhorado”.
Já Nailton Maia, um dos fundadores e gestor da Escola de Samba Unidos de Itapuã, revelou que aprendeu sobre plataformas on-line de design e comunicação visual e sobre o planejamento do bloco, enquanto um negócio. “O Acelera+ foi muito importante para a nossa profissionalização e valorização. A capacitação conseguiu dar uma visão de 360º e mostrar o potencial que nós temos, pois não tínhamos ainda um conhecimento daquilo que estava por trás. As mentorias foram incríveis”.
Impacto social – Uma das líderes do projeto por meio da Rede +, Débora Cristina ressaltou que o projeto foi muito bom para os blocos, pois mostrou aos gestores e representantes como enxergar a entidade deles como negócio. “Agora eles conseguem vender melhor o bloco e o serviço. Às vezes a gente pensa que bloco de Carnaval é só no período carnavalesco, mas eles trabalham com a entidade o ano inteiro e são responsáveis por causar um impacto positivo dentro das comunidades, tirando pessoas do caminho das drogas. Isso é muito importante”, declarou.
Ela contou que, a partir da capacitação, alguns blocos que ainda não tinham site já saíram com um planejamento para criar um site no próximo ano. “É algo muito importante para o posicionamento deles dentro da mídia e possibilita o alcance de novos desafios e de uma autonomia financeira para além dos editais. Para mim também foi muito enriquecedor participar das mentorias e entender as necessidades de cada um deles e o impacto social positivo que eles causam na comunidade onde atuam e foram criados”.
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