Após morte, ônibus continuam sem circular no final de linha de Paripe

Após um ônibus ser incendiado e outro parcialmente queimado em um protesto contra a morte de um jovem de 15 anos, os moradores de Paripe, no subúrbio de Salvador, seguem sem veículos coletivos no final de linha do bairro na manhã desta terça-feira (26). Os ônibus só avançam até o Largo de Paripe, a cerca de dois quilômetros do tradicional ponto de parada, na Rua Almirante Tamandaré.

Na noite de segunda-feira (25), os moradores que precisaram percorrer o caminho mais longo reclamaram. "Os pés doendo. Cheguei do trabalho e estou cansada. Vou ter que andar muito", relatou uma mulher. Segundo o Sindicato dos Rodoviários, o final de linha foi alterado por uma questão de segurança. Não há previsão para que os ônibus voltem a circular no local.

Protesto
O protesto que causou o incêndios aos ônibus ocorreu na manhã de segunda-feira, após a morte de Alisson de Jesus Santana, de 15 anos. Ele morreu após ser baleado durante uma festa na localidade de Bate Coração, no bairro de Paripe.

A família acusa policiais militares pela morte do jovem e diz que ele foi morto com um tiro nas costas. A mãe do rapaz disse que espera por justiça. "Eles [os policiais] atiraram pelas costas, na covardia. Quero providências, quero justiça. Não pode ficar assim não, senão vai ser mais um. Todo dia é um. Chegam lá tocando o terror", destacou Luzinete Santana.

A PM tem outra versão para o caso. Por meio de nota enviada à imprensa, a corporação informou que policiais da 19ª Companhia Idenpendente (CIPM) só chegaram ao local onde Alisson foi morto depois do jovem ter sido atingido. Sobre as denúncias, a PM diz que orienta as testemunhas que formalizem denúncia nas ouvidorias na sede da corregedoria da corporação, no bairro da Pituba, em Salvador.

Segundo os parentes, no entanto, Alisson estava em uma festa acompanhado de amigos e da namorada, na noite de domingo (24), quando os PMs chegaram atirando. O jovem morreu no local, a dois quarteirões de casa.

O irmão da vítima, Marcelo Santana, disse que o adolescente estudava e trabalhava com entrega de materiais de construção e em uma pizzaria. "Meu irmão estudava. Estava sempre fazendo o 'correzinho' dele para ganhar dinheiro, ajudar minha mãe. Infelizmente, ocorreu essa fatalidade", afirmou.

Uma mulher que preferiu não se identificar e que trabalha no largo onde o adolescente foi baleado, diz que o filho já foi agredido por PMs e que é comum os moradores serem abordados de maneira violenta pelos policiais. "Eles não procuram identificar nada. Já chegam na violência, como fez com meu filho. Eles não procuram verificar nada. É só na violência mesmo. Aí, fica difícil", destacou.

Sobre as acusações de moradores contra ações de policiais no bairro, a PM informou que orienta as testemunhas a formalizar denúncia na ouvidoria da corporação, pelo telefone 0800 284 0011, ou na sede da corregedoria no bairro da Pituba.

 

Da Redação|Bahia25Horas

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